Um sopro

"Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto - e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Neste vazio é que existo intuitivamente." (Clarice Lispector)

Almas com almas

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mostra a tua cara!; digo: desmonste a tua cara!

Falar sobre a vida dos animais me dá gosto; e é tão importante olharmos para eles e sentir saudade. Pois veja se minto: na própria Bíblia está escrito que virá um dia em que “animais e seres humanos conviverão harmonicamente”. Que isso quer dizer? Qual dos dois se afastou do outro?, se é que podemos nos diferenciar deles. Por que essa “promessa”? Então a civilização e o ser Humano são e sempre foram patavina; que, o Humano, serve apenas para esgotar-se na sua “razão e intelectualidade”, ilimitado, fantasista às largas; pois se negamos nossos instintos selvagens, e negamos primatas como ancestrais, e acreditamos que do barro viemos, então não podemos ter outra conduta que não a extremamente intelectual, criticamente existencial, sem sentido, sem alegrias nem tristezas, sem amor, sem qualquer sentimento, porque isso vai acabar um dia, e se formos nos unir aos bichos, não serão eles que mudarão de comportamento; eles não vão falar ou pensar, nós é que seremos, definitivamente e naturalmente, uns silvícolas. Ou apenas não estriparemos mais porcos e galinhas, e viveremos de frutinhas silvestres? Os bichos comem-se uns aos outros. Faremos isso, também? Comeremos uns aos outros porque haverá de se ter “harmonia” entre nós e os bichos? Enquanto isso não acontece, vamos fazer de conta que somos “seres superiores”, criando “aceleradores de partículas” para mostrar aos animais que estamos em vantagem, enquanto eles se satisfazem estúpida e alegremente com “frutinhas silvestres”.

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