Se me descobri ou me encontrei, desconheço; se isso tivesse acontecido, um par de asas se me teriam nascido nos ombros; no entanto, meus pés continuam descalços no chão. Nasci e a vida me descobriu; e a vida me criou dizendo que a natureza ia sempre cuidar de mim, que a genética do fio de meu cabelo e do pó das estrelas era a mesma, de modo a estarmos sempre ligados. Na verdade, o humano descobre-se nascendo, mas não sabe; até que passe um tempo e ele se torne capaz de saber, já estará numa multidão de outros humanos que também não sabem nada. E as estrelas, que não falam, observam; e a natureza que não fala, observa; só quando o humano derrama sangue ele finalmente descobre quem é, mas não vive para dizer.
Um sopro
"Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto - e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Neste vazio é que existo intuitivamente." (Clarice Lispector)
Almas com almas
sexta-feira, 30 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
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