Um sopro

"Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto - e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Neste vazio é que existo intuitivamente." (Clarice Lispector)

Almas com almas

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Penso, logo existo; existo, logo penso; etc e tal.

A filosofia, a ciência e a religião têm lá suas verdades absolutas; mas, vem cá, chega mais, deixa-me lhe fazer uma pergunta quando você se depara com uma dessas verdades: FAZ SENTIDO PARA VOCÊ?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O fim que acende estrelas

Eu existo, Ulisses! Sem origem, sem herança de sangue, memórias, cor, credo, classe social, civilidade; eu existo, neste momento, agora. Como dói existir: dói a ponto de se desejar a morte, depressa, já, cada minuto a mais dessa sensação é insuportável, sufocante. Vem, morte, que estou pronto! Neste único dia que termina, eu existi tão plenamente que não pode haver um depois; não há nada mais que se possa acrescer – continuar é viver uma vida de falsidades. A magnitude desse instante tanto me inflama que pede a fatal combustão: sou estrela que vai explodir. Brilho eterno é o sol. Eu sou o sol? Não: sou um pequenino astro de luz emprestada. O sol: insuportável, inatingível.

E no negror existencial desta noite cósmica eu, o singular astro luminoso universal no seu grau máximo de luminosidade e incandescência – eu estouro.