Um sopro

"Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto - e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Neste vazio é que existo intuitivamente." (Clarice Lispector)

Almas com almas

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Quem é a mulher no escuro?

Eu ainda não disse o nome dela? É que não sei, mesmo. Deixa-me fechar os olhos e deixar a vida estranha escolher um. Mas gosto de Vírginia; Virgínia, a alma peca na penca almagre. Pronto, já escolhi. Agora podemos começar; segue comigo, leitor, não importa onde, sim?; mesmo que essa história não fale de tolos vampiros imberbes, nem de bruxas e suas magias estupidamente quixotescas, nem conte tórridos romances ou espetaculares golpes e traições, conflitos étnicos e policiais, cachorros falantes, ou que revele “segredos para o sucesso profissional, sexual”, fórmulas fáceis para uma vida "feliz". Ora, deixe de ser cabeça-oca, leitor, enchendo a carteira desses escritores vazios e vulgares. Desanimou-se? Fique firme – prometo ser uma boa exceção contra a mesmice da literatura mundial. E de antemão eu lhe previno: não tente entender meus relatos, não consulte livros sobre sonhos, tarólogos ou mestres em letras, para o seu próprio bem. Você terá só dificuldade comigo se por acaso for apenas leitor de parvoíces literárias, de livros que divertem, desses com clareza demais, científico, sem deliciosos segredos, “sobras da refeição de outra pessoa” – a complexidade e a incompreensão agradam o pensar e o sentir. Acorde para a vida! Quem avisa amigo é.

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