Um sopro

"Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto - e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Neste vazio é que existo intuitivamente." (Clarice Lispector)

Almas com almas

quinta-feira, 25 de março de 2010

... e tem mais de onde isso saiu

Tem dia que quero te ver, tem dia que não. Minha cara é de fases. Não me convidem para jantares, me chamem para observar galinhas, elas são tão interessantes – e diz-se que elas guardam mistérios no andar. Se eu pudesse, ia morar nas montanhas, andar todo molambento, viver de frutinhas silvestres, longe desse mundo onde existo como um saco de carne misturado a sentimentos estúpidos, a maioria – senão todos – inventados pelos outros, por gente que nunca ouvi falar. Mas eu sou um artista. Eu sou uma excelente farsa. Sou como na arte de grandes gênios. Eu queria ser uma pessoa normal: é que invento demais e isso me afasta da realidade onde a maioria vive cheia de tradições. Mas não vou exagerar falando sobre mim, deixa-me usar algumas palavras para resumir: chuva, barata, guarda-roupa, maçã, insanidade, mau-humor, escuro, imortalidade, samambaia, aberração, moscas, gatos, cru, mar, febre, gastrite, ralo, livro, fome, jejum, anti-rugas, dor nas costas, arte, inexistências, pão, felicidade clandestina, amarelo, Corra Lola, Corra, roupa velha e rasgada, chinelo gasto, merda de passarinho, sangue, inchaço, batata, agridoce, cigarro, vontade, árvore de natal... cansei.

Um comentário:

  1. Querido Bruno, que saudades de você , amigo !
    Como está a vida além da escrita e poesia? Sinto falta mesmo de pessoas como vc para conversar e trocar experiências intelectuais.
    Me visite sempre e obrigada pelo contato.
    Bjs
    Clau

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