Um sopro

"Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto - e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Neste vazio é que existo intuitivamente." (Clarice Lispector)

Almas com almas

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A Ilusão da super-mãe

Sem culpas. Sem sonhos a realizar, ora, que bobagem. Sua vida transcorria sem nenhum escopo ideal; não havia para essa vida dona de si e do agora qualquer futuro. Só o presente que entediava e chamava um desejo terrível de morte, que não seria morte, seria uma simples escolha de: hoje eu posso acabar. Que mais ia fazer? A falta de fantasia e de cultura, aquela que tenta dar um sentido para a vida do ser humano, tornava-o sem graça e sem esperança; e essas coisas com as quais se devaneia a espera do amanhã são perda de tempo, distrações, a vida é nada, a vida é enfeite e palco iluminado demais. O rapaz já vivia tudo o que queria no momento, feito a chuva que não espera o dia seguinte para cair, e pronto. E foi assim que ele desapareceu na correnteza de um rio, porque Virgínia se esquecera de tê-lo ensinado a nadar.

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